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Bitcoins apreendidos em operação contra corrupção somam R$ 10 milhões

A recente operação do Ministério Público de São Paulo chocou muita gente ao revelar a presença de bitcoin e outras criptomoedas que totalizam cerca de R$ 10 milhões em posse de auditores fiscais do estado, além do fundador da Ultrafarma e um diretor da Fastshop. Esses auditores estavam envolvidos com a Secretaria de Fazenda e Planejamento (Sefaz-SP) e foram alvos da Operação Ícaro.

No dia 12 de setembro, uma das apreensões mais significativas ocorreu na casa do auditor fiscal Marcelo Gouveia. Foram encontrados R$ 2 milhões em bitcoin, além de R$ 330 mil, 10 mil dólares e 600 euros em notas. O total de bens apreendidos durante a operação é ainda mais impressionante, somando R$ 1,8 milhão em dinheiro, pedras preciosas, relógios de luxo e outros itens valiosos. Agora, está em andamento uma perícia técnica nos arquivos e eletrônicos confiscados.

Investigação e um esquema complexo

O caso começou a ser investigado há seis meses e, de acordo com o MP, tudo indica que o esquema se arrasta desde 2021. Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos, e os bens dos suspeitos estão sendo sequestrados. O esquema se baseava no pagamento a auditores para facilitar o ressarcimento de créditos de ICMS na Sefaz-SP. Embora todas as empresas varejistas tenham direito a esse ressarcimento, o processo pode ser complicado e demorado.

Um dos auditores, Artur Gomes da Silva Neto, foi identificado como a figura central nessa operação. Segundo as autoridades, Artur operava um esquema que envolvia um salto patrimonial impressionante.

Alguns números que chamam atenção

Por exemplo, uma empresa registrada em nome da mãe de Artur, Kimio Mizukami da Silva, viu seu patrimônio saltar de R$ 411 mil em 2021 para mais de R$ 2 bilhões em 2023. Ela se apresenta à Receita Federal informando que essa mudança se deve a “investimentos em criptomoedas”. A professora aposentada, que possui 76 anos, será chamada a depor pelo Ministério Público.

O promotor João Ricúpero mencionou que Artur coletava documentos das empresas Fastshop e Ultrafarma, pedia ressarcimentos, e depois mesmo os aprovava, muitas vezes liberando valores superiores ao que era devido. Estima-se que o esquema tenha rendido cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.

A resposta da Sefaz-SP

Em resposta às recentes descobertas, a Sefaz-SP se comprometeu a colaborar com as investigações. A secretaria afirmou que está à disposição das autoridades e vai atuar rigorosamente para apurar a conduta dos servidores envolvidos, em união com a Corregedoria da Fiscalização Tributária.

A Sefaz-SP também destacou que participa do Cira-SP, um comitê que busca recuperar ativos e combater a sonegação fiscal. Um procedimento administrativo foi instaurado para apurar o caso, e a secretaria solicitou formalmente ao Ministério Público todas as informações pertinentes à investigação.

Essas revelações acenderam um alerta sobre a corrupção que pode ocorrer em setores públicos. A sociedade aguarda, agora, os desdobramentos desse caso complexo e significativo.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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